quarta-feira, 17 de junho de 2015

Profissão: Testador de Termômetros

Nenhum trabalho é perfeito. Provavelmente todos nós já passamos por sentimentos do tipo, “Detesto meu trabalho”. Mas considere a seguinte perspectiva. Uma conhecida indústria farmacêutica fabrica termômetros retais. Na caixa, em letras miúdas está escrito: “Cada termômetro retal é testado pessoalmente e depois higienizado.”  Pergunto: Você gostaria de ter o cargo de inspetor de qualidade dos termômetros dessa empresa? Como seu trabalho atual lhe parece agora, comparado com este?

Você pode estar pensando: “Bem, eu não sou testador de termômetros, mas às vezes é como se o que faço fosse tão ruim quanto.”  Como podemos lidar com tempos difíceis no trabalho, aqueles momentos irritantes em que, como um amigo meu gosta de dizer, “Eu preferia engolir um percevejo”?  

Existem muitas opiniões que poderiam ser dadas sobre esta questão, mas acredito que não existe fonte melhor do que as Escrituras para oferecer conselhos práticos. Vemos pessoas importantes serem chamadas para realizar tarefas desagradáveis que prefeririam evitar. Noé, por exemplo, dedicou longos anos na construção da arca e teve que suportar a zombaria dos vizinhos. Jeremias continuamente entregava mensagens de condenação aos rebeldes e desobedientes israelitas, que não demonstravam o menor interesse em seus chamados ao arrependimento.

Escrevendo aos seguidores de Jesus Cristo na cidade de Colossos, Paulo insistiu: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio Dele graças a Deus Pai” (Colossenses 3.17). Era-lhes pedido fazerem tarefas desagradáveis, como limpar o esterco de cavalos nas estrebarias. Talvez preferissem ser inspetores de termômetros!

O exemplo maior de alguém que desempenhou um trabalho difícil é o próprio Jesus: “Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos” (Marcos 10.45). Isso se refere à Sua crucificação, que Ele suportou voluntariamente. Suportando com paciência o sofrimento físico, Jesus orou: “Abba, Pai, tudo Te é possível. Afasta de Mim este cálice;  contudo, não seja o que Eu quero, mas sim o que Tu queres” (Marcos 14.36).

Como reagir ao sermos confrontados com dificuldades no trabalho?

Não precisamos fazer nada sozinhos. Somos tentados a pensar que estamos por conta própria, que ninguém compreende nossa infelicidade ou pode nos ajudar. Podemos, porém, nos voltar para Deus em busca dos recursos que necessitamos para prosseguir, apesar das adversidades: “Tudo posso Naquele que me dá forças” (Filipenses 4.13).

Confie que mesmo o trabalho indesejável será notado. Se formos fiéis realizando pequenas coisas, Deus prometeu que oportunidades se abrirão para que façamos coisas maiores: “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura” (Provérbios 22.29).

Adote uma abordagem de longo prazo. Se focarmos o presente, às vezes as circunstâncias parecerão desesperadoras. Mas a perseverança sempre traz benefícios. “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens, sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança” (Colossenses 3.23-24).

Próxima semana tem mais!

Por Robert Tamasy


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Fracassos Sem Amargura

Quando funciona bem, a sociedade nos negócios é produtiva, eficiente e agradável. Quando, porém, fracassa, uma ou mais partes envolvidas sofre grande estresse mental e emocional. Como qualquer outro fracasso no âmbito profissional pode ter efeito devastador. 

Exemplo disso foi meu amigo Don. A relação com o sócio que já fora próspera e positiva, começou a deteriorar-se por causa de diferenças de valores e princípios sobre como conduzir o trato diário com clientes e fornecedores e a sociedade chegou ao fim de forma lastimável. Don teve grandes perdas financeiras.

Além do desapontamento pela perda de um relacionamento que fora tão promissor, o impacto financeiro intensificou o sentimento de fracasso e frustração. A reação comum e compreensível é o sentimento de amargura e traição. Entretanto, Don escolheu adotar uma ação evasiva imediata. 

Em vez de permitir que uma “raiz de amargura” destruísse o que restara de relacionamento com o ex-sócio, ele decidiu se empenhar por uma solução pacífica. Ele não tomou essa decisão apenas por causa do ex-sócio, mas em seu próprio benefício. Ele admitiu para mim: “Quando me sinto ofendido, sou levado a me fechar para outras pessoas. Não quero que esta situação arruíne outros relacionamentos.”

A Bíblia fala desta realidade em Hebreus 12.14-15: “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando muitos”. 

Amargura é destrutiva e age do mesmo modo que o câncer no corpo humano. Se a deixarmos crescer sem controle, destruirá a nós mesmos e a todos que cruzarem nosso caminho. É preciso lidar com ela da mesma maneira como extirpamos um tumor canceroso, removendo-o antes que possa causar danos irreparáveis. 

Jesus ensinou como devemos reagir quando tratados injustamente: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente’. Mas Eu lhes digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra. E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também a capa” (Mateus 5.38-40). 

Podemos argumentar: Sim, mas depois de tudo o que fizeram comigo, não posso deixar de reagir de alguma maneira. Jesus ensinou que este “de alguma maneira”, não deve ser punir ou buscar vingança, mas perdoar, mesmo quando o perdão não é merecido ou pedido. Perdoar e seguir em frente resulta mais em nosso próprio benefício do que em benefício daqueles que nos causaram danos.

Sem dúvida que negócios que acabam mal podem causam amargura. Mas pela graça de Deus, e em nossa busca pela paz, a amargura não deve progredir. 

Por Rick Boxx

Próxima semana tem mais!


terça-feira, 9 de junho de 2015

Perseverança

Perseverança não é um assunto popular em nossa sociedade apressada e imediatista. Ao longo da vida frequentemente precisamos fazer uma escolha: perseverar e ir até o fim ou tomar um atalho. Muitos preferem a decisão fácil de um desvio quando o resultado não vem tão depressa quanto desejado. 

Sempre tenho escolhido o “caminho menos trilhado”. É um caminho mais desafiador, mas é também mais recompensador quando se atinge o objetivo. Meu amigo Chris Edges é um excelente exemplo. 

Conheci Chris quando ele fazia sua primeira turnê para divulgação de seu inspirador livro, Average Joe’s Story: Quest for Confidence [A História de um Homem Comum: Em Busca da Autoconfiança]. Chris vem lutando contra o câncer desde que se formou na Universidade. Ao terminar sua jornada nacional de 32.000 quilômetros para divulgação do livro, ele “celebrou” passando 10 dias no hospital. Ele já está trabalhando no seu segundo livro. Não ficarei surpreso se alguém o apelidar de “Sr. Perseverança”. Talvez eu tenha acabado de fazê-lo!

Não conheci Charles “Tremendo” Jones. Mas são muitas as histórias desse corretor de seguros que virou palestrante motivacional. Escreveu nove livros motivacionais e aos 80 anos ainda dava palestras. Em 2008 ele deixou este mundo. Uma de suas conhecidas citações é: “Ninguém é mais persistente do que o vendedor de seguros.”  E ele sabia disso de primeira mão. 

Há uma pessoa que verdadeiramente se destaca para mim como síntese de perseverança: Jesus Cristo. Ele é Senhor e Salvador para muitas pessoas. Um dia todos nos prostraremos diante Dele. Isaías 50.7 afirma: “Porque o Senhor, o Soberano, me ajuda, não serei constrangido. Por isso eu me opus firme como uma dura rocha, e sei que não ficarei decepcionado.”  Quando considero as provações que Jesus enfrentou como Deus encarnado, perseverar através das provações que eu encaro na vida parece irrelevante. 

Jesus dá aos Seus seguidores poder para perseverar, nos encorajando todos os dias com seu Espírito, quando nos atrapalhamos tentando viver nesta Terra conturbada. A vida não é fácil sob nenhuma circunstância. Mas a minha seria muito mais difícil sem Sua presença. 

Talvez muitos que estejam lendo este artigo tentam atravessar a vida por si mesmos. Contudo, como "cliente satisfeito" de muitos anos, afirmo que há grande fortalecimento ao perseverar através do relacionamento com Jesus.

É a minha enfática recomendação!

Por Jim Langley


Próxima semana tem mais!

A Síndrome do Prefácio

Felizmente existe uma grande divulgação das síndromes e transtornos que podem assolar nossa psicologia em nosso mundo cada vez mais pós-moderno.
No entanto, uma das mais perigosas síndromes passa despercebida dos grandes fóruns de psiquiatria. Eu a denomino “Síndrome do Prefácio” e seus sintomas são bem conhecidos.
A vítima desse mal acredita que sua felicidade só será alcançada daqui a algum tempo:Quando crescer, quando fizer 18 anos ou 21. Quando passar no vestibular, quando se formar, quando arrumar um emprego, quando sair de casa, quando casar, quando se divorciar, quando mudar de emprego, quando for promovido, quando comprar a casa nova ou o carro novo, quando se mudar, quando se aposentar…
Quando, quando e quando. Nunca o aqui ou o agora!

O futuro x o presente
Penso muito nesta síndrome que a muitos acomete de forma inconsciente quase sub-reptícia tendo em vista a cumplicidade coletiva dos grupos sociais e das grandes instituições.
A síndrome do prefácio preconiza que sua vida ainda está para começar. Tudo o que você viveu e vive até agora é apenas o prefácio da grande saga que ainda irá escrever.Assim posterga suas mais importantes decisões, menospreza seus melhores feitos, ignora seus melhores amigos e subestima suas relações afetivas mais significativas.
Afinal esse namoro é apenas um passatempo! Esse emprego é temporário, essa amizade é passageira, esse romance é efêmero. O melhor ainda está ainda por vir!
Essa síndrome paralisa a capacidade de aproveitar o momento e degustar os aspectos mais proeminentes do aqui e do agora. Faz com que cada um viva o amargor diário da frustração de intuir que do outro lado a grama é sempre mais verde! E quanto mais distante estiver de si esse “outro lado” — seja no tempo ou no espaço — o verdor desse simbólico gramado será muito mais perfeito e pleno.

Querer ou não querer?
É em parte devido à essa síndrome do prefácio que as pessoas dirigem seus carros, completamente desesperados pelas avenidas ou rodovias do fim de semana com pressa de chegar a esse “outro lado”.
Seja para disputar uma mesa no happy hour do bar da moda seja para usar a espreguiçadeira compartilhada na casa de praia comprada em consórcio.
O melhor está além. Sempre além. Seja o além das minhas posses. Seja o além de minhas possibilidades. Questões que podem ser resolvidas numa equação simples de investimento x oportunidade
Se estou na plateia quereria o primeiro balcão. Se estou em Canavieiras almejaria Joaquina.
Não. Não é o velho dilema do copo meio cheio ou meio vazio.  Ou da ave na mão comparada àquelas duas voando no céu inalcançável. É o dilema entre o real e o imaginado.  O que no fundo é uma grande bobagem porque o imaginado sempre supera o real— pelo menos nessa perspectiva tão rasteira. Não é trocar o copo meio cheio pelo meio vazio. É trocar um copo cheio real por outro copo também cheio — porém — imaginado.

Especiaria perigosa
Não tenho nada contra a essa mola propulsora que nos faz querer sempre mais.
O que me perturba na ambição em seu papel da pimenta que estraga o prato da vida, tornando-a intragável — Não é a ambição em si — mas seu excesso que amortece o sabor das pitadas necessárias para deixar a vida mais viva.
Mas é essa fome que nunca cessa; é esse vazio que nunca se preenche.E, no entanto, a vida é no fundo a própria jornada e não o almejado ponto de chegada.
Que tal reduzir a velocidade na sua a ida à praia e aproveitar o passeio? Porque o melhor instante é o agora e o melhor lugar é o aqui. Só dessa forma conseguiremos construir uma sucessão temporal de “aquis e agoras” num crescendo em qualidade e intensidade que transforme a aventura de viver numa experiência memorável.
E como fazer isso?

Bem, isso já é tema para um próximo artigo. Não perca!