quarta-feira, 4 de maio de 2016

Veeeeeenha!!


Venha, respondeu EleMt 14.29 – NVI

Toda vez que ouço essa expressão (venha!), me lembro de um personagem da Escolinha do Professor Raimundo – “Seu Bertoldo Brecha”, interpretado pelo já falecido Mário Tupinambá. Esse, cada vez que era chamado pelo Professor Raimundo (interpretado pelo famoso e também já falecido Chico Anysio... Caramba, todo mundo da Escolinha do Professor Raimundo já morreu??? Ainda bem que eu estou bem vivinho, aqui escrevendo), respondia com um bom e sonoro “Veeeeeeenha!”

No texto bíblico acima, mais uma vez, temos reveladas diversas situações que precisam ser exemplos para as nossas vidas. Depois do milagre da multiplicação dos pães e peixes, Jesus manda os discípulos atravessarem para o outro lado do Mar da Galiléia. E Ele disse – vão indo na frente, eu vou depois...

a)      Ele despede as multidões que viveram o milagre da multiplicação – cuidado com o rebanho, afinal, não bastava o milagre, era necessário a despedida, saber que todos iriam bem para casa...

b)       Depois subiu ao monte para orar sozinho, encontrando tempo também para a sua relação intima com Deus;

Cumpridos os dois compromissos relevantes, agora ele vai cumprir o terceiro – a promessa que fizera aos discípulos – vou me encontrar com vocês. 


Os discípulos já estavam enfrentando a tempestade e eu imagino o seguinte – o que estava passando no coração deles... “Jesus nos botou numa fria – ele não veio no barco, agora está aí a tempestade... e ele disse que viria! Como? Se não havia outro barco na margem? Ele já deveria saber da tempestade e nos abandonou aqui nessa situação!” É assim que nós nos portamos, achando que Deus não se importa conosco, e mais ainda: que por ouvirmos sua palavra, vamos acabar passando por lutas, que a vida vai ser mais difícil!!

Mas, mais uma vez, o plano de Jesus era manifestar a Sua glória em meio a toda aquela situação – ele vai andando por sobre as águas, subindo, descendo onda, um “drop”* aqui, uma “cavada”* ali... Aquilo assustou os discípulos de tal forma que foi uma verdadeira confusão no barco.. afinal, ali estavam entre eles, exímios pescadores que haviam aprendido uma coisa (entre tantas), no dia a dia no Mar da Galiléia – homem não anda sobre a água!! E quando todos achavam que era uma assombração, o Senhor Jesus os tenta tranquilizar, dizendo-lhes que não era fantasma coisa nenhuma, mas Ele próprio!

E então Pedro, Pedrão, com seu temperamento tão tempestivo como o próprio Mar da Galiléia resolve desafiar a Jesus – “Se és tu mesmo manda eu ir até ai!” Quantas vezes nós, na nossa pequenez, na nossa incredulidade, desafiamos a Deus, com frases do tipo “faça isso, ou faça aquilo...” Quanta diferença da postura de Pedro para a do pequeno Samuel – “Fala, Senhor, porque o Teu servo ouve” – I Sm 3.10 

Pedro saiu do barco. Pedro foi... qualquer um poderia ter ido, pois o “Venha”, não foi acompanhado de um nome, de um vocativo! Mas somente ele, Pedro, ousou sair do barco... os outros preferiram ficar no barquinho, possuídos pelo pânico.

Permanecer no barco não iria resolver o problema deles. Mas essa é a atitude de muitos. Preferem não ousar, preferem continuar vivendo tomados pelo pânico, a atenderem o convite do Mestre... Queremos muitas vezes que as coisas sejam do jeito que aprendemos, quando Deus tem um novo para apresentar para nós. Pedro saiu do barco, olhou para Jesus, caminhou sobre as aguas, vivendo o que homem algum nunca vivera. Mas quando desviou o seu olhar afundou. Desviar o olhar de Jesus é abrir a brecha para que o Inferno venha em peso, para interromper o teu milagre. Mas Jesus estava ali para atender o clamor de Pedro, imediatamente.

Quando o Senhor Jesus te fizer um convite, não hesite e vá! Quando Ele te disser “Venha”, saia imediatamente desse teu barco de problemas e comece a viver o sobrenatural. E ainda que você venha a fundar, a mão dEle vai estar estendida para te socorrer.

Esteja atento ao chamado do Senhor, aceite o seu chamado e em nada duvide. Esse é o caminho do teu milagre.



*drop e cavada – manobras utilizadas no surf, para manter a prança em meio às ondas.

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