terça-feira, 26 de abril de 2011

Poder e Perigo da Palavra

Por Robert D. Foster

Josiah Wedgwood, produtor da famosa cerâmica inglesa Wedgwood, estava mostrando sua fábrica a um aristocrata e um empregado, jovem adolescente, os acompanhava. A conversa do aristocrata com Wedgwood era irreverente e vulgar. De início o jovem mostrou-se chocado com o linguajar dele. Mas depois, o comportamento dele mudou, mostrando-se fascinado e rindo das piadas grosseiras do nobre visitante.

Wedgwood ficou aborrecido e profundamente aflito. Ao final do giro pela fábrica mostrou ao visitante um vaso de desenho incomparável. O aristocrata ficou fascinado pela forma elegante e rara beleza do objeto. Ao tentar apanhá-lo para examinar mais de perto, Wedgwood intencionalmente deixou-o cair no chão. A peça cara quebrou-se de forma irreparável em centenas de pedacinhos. Com um insulto o aristocrata gritou: “Eu queria esse vaso para minha coleção. Você o arruinou com sua falta de cuidado!” 

“Senhor”, Wedgwood respondeu, “outras coisas foram arruinadas hoje, muito mais preciosas do que esse vaso. O senhor jamais poderá devolver ao jovem que acaba de nos deixar, a reverência pelas coisas sagradas que seus pais tentaram lhe ensinar durante anos. O senhor desfez o esforço deles em menos de meia hora”. 

Como reagimos à linguagem das ruas, quando pessoas ao nosso redor usam termos baixos ou linguagem depreciativa para falar de outras? Poderíamos reagir julgando e recriminando, mas é duvidoso que isso possa exercer qualquer influência sobre os que usam essa forma de falar. Se fôssemos reagir, seríamos sábios respondendo de maneira similar à usada por Wedgwood, com gentileza, humildade e honestidade. 

Nossa resposta ao discurso profano e inaceitável não deve ser oportunidade para justificarmos a nós mesmos. Não sou capaz de dizer quantas vezes descobri o mesmo tipo de linguagem se levantar dentro de mim. Posso ter sido bem-sucedido em reprimi-la, mas de qualquer maneira o pensamento estava lá. A Bíblia nos adverte: “Portanto, aquele que pensa que está de pé é melhor ter cuidado para não cair” (I Coríntios 10.12). Por este motivo, ao longo dos anos tenho tentado fazer que esta simples oração preceda minhas palavras: “Que as minhas palavras e os meus pensamentos sejam aceitáveis a Ti, ó Senhor Deus, minha rocha e meu defensor”(Salmos 19.14).

Certamente haverá ocasiões no trabalho ou no campo pessoal, em que as circunstâncias nos tentarão a proferir palavras que poderiam ofender e ferir outras pessoas. Seria sábio dar ouvidos à admoestação do apóstolo Paulo em Efésios 4.29: “Não digam palavras que fazem mal aos outros, mas usem apenas palavras boas, que ajudam os outros a crescer na fé e a conseguir o que necessitam, para que as coisas que vocês dizem façam bem aos que ouvem”.

Um amigo meu, Mart De Haan, sugeriu a seguinte oração: “Pai, perdoa-me por tomar o Teu nome em vão, mesmo que apenas no silêncio do meu próprio coração. Ajuda-nos a reconhecer a autoconfiança que nos leva a usar uma capacidade excelente, de maneira tão inferior e vulgar. Ajuda-nos a aprender com nossa irreverência, a ver nossa necessidade do Teu Espírito, de forma que venhamos a dizer: ‘Oh, meu Deus, que tudo que faço ou digo, não seja para minha própria satisfação e motivos egoístas, mas por amor a Cristo. Amém.’”

Próxima semana tem mais!

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