quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A intransigencia dos Ateus, causando uma dura vida…

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2011/11/dura-vida-dos-ateus-em-um-brasil-cada-vez-mais-evangelico.html

“Eliane Brum, li sua matéria intitulada:

“A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico”

publicado no site da Revista Época, em 14/nov/11.

De imediato, respeito suas opiniões lá contidas e a sua fé de que Deus não existe, embora discorde dela. Digo que o ateísmo é uma forma de fé, por não se conseguir provar que Deus existe ou não, e, cientificamente, é possível a prova da existência ou não de algo, ao contrário do que muitos afirmam.
Basta lembrar dos símbolos de ‘existe’ e ‘não existe’, muito usados na ísica, na matemática e em outras ciências. Tenho certeza que Deus existe.
Eu falo sempre com Ele e Ele comigo. Assim, eu creio que Deus existe por fé.
Você crê que Ele não existe, também por fé. Imagine que moramos em uma rua, eu, você e muitas outras pessoas e alguém passa a anunciar que na primeira casa da rua agora mora o senhor José. Nós
podemos acreditar que é verdade, mentira ou desprezarmos o tema, mas, se formos honestos, nada poderemos afirmar se não conferirmos. Assim é Deus.
Você pode acreditar que Ele existe ou que ele não existe. Mas para afirmar, tem de conferir. Afirmarmos sem conferirmos pode ser interpretado como uma atitude leviana. Ele não existirá ou deixará de existir apenas por conta da nossa opinião.
Imagine que as igrejas afirmam que Deus existe e várias pessoas vão lá e confirmam tal afirmativa, que tiveram experiência com Ele, foram curadas, foram confortadas, transformadas, enfim. Essas pessoas estariam mentindo?
Será? Você não acha que as pessoas que buscam uma experiência com Deus, se verificassem que isso fosse uma farsa não sairiam denunciando a enganação?
Se Deus não existisse, as igrejas seriam o maior laboratório de comprovação da inexistência dEle, pois elas anunciam Sua existência. As pessoas que para lá se dirigem com o objetivo de encontrar Deus, se concluíssem que isto não fosse verdade, sairiam das igrejas afirmando que Deus não existe ao serem frustradas no desejo de conhecê-Lo.
Eu sigo o Evangelho de Jesus Cristo. O significado de evangelho, para nós, é boas novas. Acho extraordinário e isso me encoraja a compartilhar com as pessoas que eu gostaria que o conhecesse. Por isto os evangélicos, felizes com o que seguem, gostam de compartilhar com ouras pessoas. Lógico, até o limite que o ouvinte se disponha a ouvir. Não pode ser algo forçado.
Em sua parábola, você diz que certa jornalista puxou conversa com um taxista. Ora, quem procura conversar com alguém que está calado, deve ter a disposição de ouvir o interlocutor, do jeito que ele é. Se você inicia um diálogo para ouvir o que você gostaria, é melhor fazer o crivo de qual sejam as opiniões do seu interlocutor e, percebendo contrariedades, encerrar a conversa, o quanto antes. Do contrário, muito provavelmente você vai ouvir algo que discorda. Se você não gostar de ser contrariada, o melhor é manter o silêncio preventivo. Não podemos nos sentir desrespeitados só porque fomos
contestados.
Nós evangélicos, cremos que estaremos salvos da condenação eterna pelos nossos pecados, através de Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para nos garantir a salvação. Não é pelas obras que estaremos salvos. O taxista estava certo ao fazer esta afirmação. A forma de falar, cada um tem a sua.
Como você demonstrou seu estilo neste artigo, o taxista e as demais pessoas também têm os seus.

A jornalista de sua parábola disse que não quer ser salva. Acho que o termo salvação denota escape de algo ruim. Não sei realmente a extensão dessas palavras. Não sei como argumentar com relação a isso. Ela realmente não quer mesmo ser salva? Declarou isto por ironia? Seria respeitoso? Se não formos claros, tolerantes e respeitosos, pareceremos dois surdos, de costas, conversando.
Para compor sua parábola, você selecionou uma pessoa simples e concluiu coisas que o taxista não estava dizendo. Ele dizia uma coisa e a jornalista, estabelecendo hipóteses, seguiu a conclusão que favorecia seu desfecho. Ou seja, avocou para si o direito de dizer qual é a opinião do taxista, sem preocupar-se exatamente qual seja a mensagem que ele pretendia passar e qual o contexto que ele considerava em suas mensagens. Quando agimos assim, além do preconceito, estamos demonstrando pouca sensibilidade ao que as pessoas pensam. É como se nós é quem dizemos o que as pessoas
estão pensando, não elas mesmas. Não é isto um comportamento inadequado para um pensamento honesto, tolerante e justo?
Quando alguém fala algo para nós, devemos identificar como esta pessoa contextualiza e o que ela pretende que nós entendamos, não o que nós queremos entender para concluirmos o que queremos, em especial quando nossas palavras agridem uma ou mais pessoas. Você disse que Jesus pregava tolerância. Sim, tolerância às pessoas, não aos erros. Seria bom você meditar sobre este tema: tolerância.

Quando convidamos alguém para ir à igreja, é um ato de carinho e
consideração. Não uma ofensa. Quando alguém sente-se ofendido, é uma inversão de sentido que parte de quem se ofende. Já imaginou se eu me ofendesse quando um católico me convidasse a ir em sua igreja? Ou mesmo se um agnóstico me chamasse para uma reunião? Ele está me chamando para um ambiente nobre para ele.
A tolerância e o respeito ao direito dos ateus e crentes, de um modo geral, de crer ou não crer em algo, é uma premissa do evangelho. A aceitação do evangelho só tem valor se for voluntária. A Bíblia fala isto. Portanto, quem faz diferente está errado.
Tenho muitos vídeos na internet falando sobre temas variados. Algumas pessoas podem discordar de opiniões que apresento nos vídeos. Isto é normal.
Contudo, pessoas que se identificam como ateus, por vezes, me ofendem, com argumentos frágeis, genéricos e de forma arrogante, demonstrando preconceito, por intermédio de vídeos, e-mails ou Twitter. Contudo, há outros que se identificam como ateus que mandam e-mails contestando-me, sem me ofenderem. Apenas apresentam suas opiniões. Fico feliz ao recebê-los. Não me sinto ofendido.
Assim, as ofensas a mim dirigidas pela internet não me dão o direito de dizer que os ateus são intolerantes, arrogantes ou preconceituosos. Posso dizer que são alguns poucos, mas conheço muitos outros que toleram e respeitam a minha fé. Eu também os respeito. Eles têm o direito de acreditar no que quiserem e eu também. Busco confirmações de tudo que eu acredito. Eu mesmo investigo e atesto o que acredito, falo e sigo a respeito da minha fé.

Aumento ou diminuição do número de crentes ou ateus, não ameaça nem privilegia um ou outro grupo para fins de liberdade de opinião, expressão ou religiosa. Conflitos de opiniões há entre famílias, amigos, colegas, torcedores, etc. Você elegeu um dos muitos temas, focos naturais e históricos de discordâncias, colocando a discordância como forma de preconceito ou ofensa, quando as coisas não são bem assim. Há mais discussões, debates, brigas e até mortes, no Brasil, por conta de rivalidades no futebol do que entre religiosos e ateus. Você exagerou um pouco aí, não acha?
Com relação às mudanças sociológicas, culturais, sabemos que no mundo inteiro, no espaço e no tempo, isso é uma dialética continuada. Não há muito o que fazer, apenas tentar influir da melhor maneira, sempre com tolerância e respeito.

Evangélicos pentecostais, neopentecostais, tradicionais, são todos
evangélicos. Um evangélico reconhece outro pela sua profissão de fé, não pelo nome da sua igreja. Você associa os neopentecostais ao capitalismo. E os ateus, seriam o que, socialistas? Qual seria a melhor associação fé versus sistema político-econômico? Tem algo a ver esta análise? Acho que ficaram confusas as coisas aí. Tudo bem. Vamos deixar para lá este ponto.
Em seu texto, você afirma que vender produtos religiosos para ateus é como vender gelo para esquimó. Não, não é. Esquimó provavelmente não compraria gelo porque ele tem em excesso o produto que lhe seria vendido. Por outro lado, ateus não possuem artigos religiosos por falta de interesse, não por terem em excesso. Há uma diferença fundamental aí. Comparação boa seria, por exemplo, você dizer que oferecer drogas, vícios ou prostituição para
evangélicos é o mesmo que oferecer esgoto como alimento para alguém saudável.


Com relação a ser ateu ou agnóstico, acho que ateus afirmam que Deus não existe, sem provar. Possuem uma forma de fé. Agnósticos, não afirmam se Deus existe ou não. Acho mais razoável ter dúvida do que afirmar algo sem ter comprovação, a menos que seja por fé, que deve fundamentar-se em algo, pelo menos para si mesmo. Aos agnósticos, eu aconselho a continuarem investigando sobre a existência de Deus.
A matéria faz referência a muitos prêmios jornalísticos que você recebeu.
Cumprimento-a por cada um deles. Contudo, você faz uma afirmação ao final que me deixa muito preocupado, em especial porque a sua profissão lida com informação. Você afirma que “Se Deus existe, que nos livre de sermos obrigados a acreditar nele”.
Ora, se Deus existe, por dever de verdade, devo afirmar que Ele existe. Se eu admito a hipótese de Ele existir e quero o direito de dizer o contrário, ou seja, o que não seria verdade, deixa de ser uma dúvida, um questionamento, mas sim um pleito por um direito de negar uma verdade. Isto é algo inadmissível para a ciência, para a fé e, profissionalmente, extremamente pernicioso quando se trata da profissão de jornalista, como para todas as demais.
Como tenho um ânimo muito forte de achar que você é uma pessoa que luta para ser honesta e ter boa fé, só me resta ser generoso e acreditar firmemente que você tenha se colocado muito mal neste seu artigo. Você generalizou uma leitura preconceituosa contra evangélicos e deixou muitas brechas para alguns, desprevenidos, fazerem um péssimo e generalizado juízo contra os ateus, ainda que de forma injusta para muitos.


Parabéns pelas suas qualidades!

Muito obrigado pela sua atenção!

Pr. Rubens Teixeira

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