quarta-feira, 22 de abril de 2015

Mais Rápido ou Mais Longe?

Assisti recentemente o excelente filme, A Boa Mentira (The Good Lie), baseado na história de um pequeno grupo de refugiados sudaneses que escaparam da tirania em sua terra natal e acabaram por encontrar um novo lar em Kansas City, Missouri, EUA. No final, um provérbio africano resume a extraordinária peregrinação: “Se você quer ir mais rápido, vá sozinho. Mas se quer ir mais longe, vá acompanhado.”

Palavras simples mas transbordantes de sabedoria e verdade. Ao lê-las meu primeiro pensamento foi para as competições olímpicas. Nas provas de curta distância os atletas competem individualmente, com o único objetivo de alcançar a linha de chegada em primeiro lugar. Entretanto, nas corridas de revezamento ou de longa distância como a maratona, os participantes correm em equipes, para proporcionar suporte mútuo para a árdua competição. Para ser bem-sucedido em longa distância, parece melhor ter companhia do que seguir sozinho. 

Quando era editor de uma revista, geralmente escrevia sozinho. Mas na hora de planejar a revista para publicação, tínhamos uma equipe que mesclava talento e criatividade. Quando terminávamos o resultado era sempre espetacular: o todo era maior que a soma das partes.

No meio profissional e empresarial geralmente ouvimos de empreendedores visionários que estabeleceram metas ambiciosas. Durante certo tempo eles podem ter se saído bem, indo mais rapidamente enquanto independentes. Mas para realizar completamente seus sonhos, mesmo empreendedores inovadores precisam de pessoas que possam transformá-los em realidade, quer isso envolva tecnologia, novas manufaturas ou o desenho de uma coleção de roupas.

Frank Sinatra gravou uma música de sucesso com o refrão: “Eu fiz do meu jeito”. Mas ele mesmo precisou de muita gente — músicos, compositores, vocalistas, equipe administrativa, publicitários e outros — para sustentar uma carreira de mais de 60 anos. 

Às vezes ouvimos executivos falar em subir a “escada do sucesso”. Há duas coisas curiosas acerca dessa escada: ao subir, cruzamos com aqueles que chegaram ao topo e agora estão descendo; se a escada for realmente alta, vamos precisar que alguém a segure firmemente para que não caiamos. Não podemos subir sozinhos!

A Bíblia oferece exemplos de pessoas que tiveram sabedoria de ir mais longe acompanhadas: Moisés e Josué, Elias e Eliseu, Jesus e Seus discípulos, Barnabé e Paulo, Paulo e Timóteo. Também encontramos exemplos de homens que tentaram ir mais depressa sozinhos e fracassaram miseravelmente nos últimos estágios da vida: rei Davi e seu filho Salomão, estão entre os mais notáveis. Podemos elencar dois princípios pertinentes ao assunto: 

Juntos podemos tirar o que há de melhor uns nos outros. Colaborando para alcançar um objetivo comum, ajudamos um ao outro a ser mais produtivo e eficiente. Até o conflito criativo pode ser valioso. “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro” (Provérbios 27.17).

Juntos podemos realizar mais. Como um bando de gansos viaja longas distâncias compartilhando a tarefa de liderar, nos negócios uma equipe pode realizar mais ao longo do tempo, se conseguir se juntar num esforço unido e coeso. “É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas... Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade” (Eclesiastes 4.9-12).

Por Robert Tamasy

Próxima semana tem mais!


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