terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Melhores Habilidades para Melhores Ferramentas

Recordo claramente do dia, em 1985, em que entrei em uma conhecida loja de discos e encontrei suas prateleiras de LP (discos de vinil) substituídas por fileiras de CD’s (compact disks). Na mesma semana comprei um novo CD player. Mas também comprei dois toca-discos.  Tendo investido milhares de dólares em LPs de músicas maravilhosas, os quais estavam se tornando obsoletos, eu queria ainda assim ser capaz de apreciá-los por muitos anos. O resultado é que nos últimos 30 anos não se passa muito tempo sem que eu compre um novo toca-discos. 

Na ocasião me surpreendi ao ver como as pessoas estavam vendendo ou mesmo descartando seus LP’s e toca-discos por causa dos CD’s. Nunca compreendi essa forma de pensar. Entretanto, eu deveria saber que muitas pessoas acham mais interessante ter a última tecnologia do que ouvir ou possuir música sob qualquer forma.

O mesmo modo de pensar se aplicou à fotografia e à música instrumental, minhas outras paixões artísticas. Praticamente todos os dias alguém me pergunta que tipo de câmera eu uso. Para mim, esta é uma pergunta estranha, porque já possuí centenas de câmeras de todas as marcas e tamanhos e fiz fotos maravilhosas e horríveis com todas elas.  

Geralmente, quando estou tocando, meus colegas músicos, que já deviam saber disso, vêm me dizer que o som da minha guitarra é muito bom. Eu agradeço, mas me sinto tentado a dizer-lhes que soava muito ruim nos primeiros 15 anos em que tentei tocá-la. O instrumento não melhorou com a idade; eu é que me tornei um músico melhor desde então. 

Uma característica da sociedade moderna – incluindo aí o mundo empresarial e profissional – é a tendência de acreditar mais nas ferramentas do que na habilidade. À medida que as tecnologias e ferramentas melhoram, muitas pessoas passam a pensar que as ferramentas são tudo.  A ideia é que tudo o que você precisa é da ferramenta apropriada – seja um computador, um smartphone, equipamento de multimídia, ou uma chave de fenda – e o trabalho se fará praticamente por si mesmo.

Mas a verdade é que o instrumento musical não produz som sozinho (bem, alguns o fazem, mas mesmo esses precisam ser programados por um ser humano para saber o que fazer e quando). Computadores não escrevem livros, planilhas detalhadas ou criam apresentações de multimídia. E câmeras não tiram ótimas fotos sozinhas.  Todos requerem habilidades, tempo e dedicação a excelência por parte de seus usuários.
Por este motivo a Bíblia enfatiza o reconhecimento de nossos talentos e dons e a importância de nos esforçarmos por usá-los ao máximo. Por exemplo, Provérbios 22:29 afirma: “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura.”
Obviamente, isso foi escrito muito antes que as pessoas sequer imaginassem a existência de computadores ou qualquer outro avanço tecnológico. Mas seja como for, a passagem não diz: “Você já observou um homem com um martelo ou machado realmente bom...?”

Com todos os seus benefícios a tecnologia pode levar à falta de iniciativa, tornando-nos dependentes de suas vantagens e não dos nossos próprios esforços. Quanto a esta tendência, Provérbios 12:24 diz: “As mãos diligentes governarão, mas os preguiçosos acabarão escravos.” Ferramentas de alta qualidade são úteis, sem dúvida. Mas não há substituto para o trabalho árduo, a perícia e a decisão de desempenhar um trabalho da melhor forma possível.

Por Jim Mathis

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