segunda-feira, 15 de abril de 2013

Sem Medo de Inovar

Nos anos 70, a empresa de processamento e impressão de fotos que eu e minha esposa possuíamos foi uma das primeiras a comprar o processador de impressão Royalprint da Kodak. Já naqueles dias, grande parte do nosso negócio consistia em copiar e restaurar fotos antigas, e rapidamente descobri como envelhecer fotos (tintas em marrom) usando o processador.

Alguns anos mais tarde estava num seminário da Kodak quando alguém perguntou como envelhecer fotos usando Royalprint. O representante técnico da Kodak se desculpou e disse que aquilo não era possível. 

Eu me vi num dilema: deveria dizer ao pessoal da Kodak que eles estavam errados ou deixar passar, sabendo que apenas eu conhecia algo que ninguém mais sabia? Escolhi a segunda opção, ciente de que não tinha obrigação legal ou ética de informar à Kodak da capacitação que ela não sabia que seu processador possuía. Ganhei milhares de dólares fazendo o que uma empresa que estava então entre as 500 melhores da Fortune afirmava ser impossível. 

Havia descoberto um direito de propriedade que ninguém do fabricante se dera conta. Não sendo empregado dela, nem ligado a ela de nenhuma maneira, a não ser como cliente, não era minha responsabilidade informá-la de algo que deveria ter descoberto por conta própria.

Isso suscita algumas questões. A Kodak não tentara isso ou as pessoas presentes no seminário não fizeram experiências com a máquina? A lição que aprendi foi que “especialistas” podem estar errados e que não se pode confiar em tudo que se ouve ou lê. Às vezes vale a pena checar as coisas por nós mesmos. Sei que inúmeros pequenos negócios alcançaram sucesso fazendo algo que as grandes corporações não sabem ou não querem fazer.

O velho processador se tornou obsoleto com o avanço tecnológico e a Kodak faliu por vários motivos, deixando de acompanhar a evolução da indústria fotográfica. Porém, na minha empresa, ainda estou restaurando fotos antigas e danificadas. Eastman Kodak foi um dia meu maior fornecedor. Hoje, os únicos produtos dela que tenho, estão no balcão de antiguidades. A vida e o trabalho, às vezes, sofrem estranhas e inesperadas reviravoltas.

Penso que há uma simples, embora profunda, moral nesta história. Ela se aplica a qualquer um no mundo dos negócios, não importa em que área atue. Continue tentando coisas novas, novas direções, e não acredite nas negativas que dizem que algo não pode ser feito ou nas pessoas que temem se levantar, assumir o risco e seguir suas paixões.

Provérbios 29.18 diz: “Onde não há visão, o povo perece”. Se eu não tivesse experimentado e descoberto a capacidade desse processador fotográfico, talvez eu tivesse perecido, deixado de obter uma renda significativa, além da satisfação de saber que aprendera a fazer algo que nem mesmo o fabricante tinha noção que pudesse ser feito. Isso por si só é parte da satisfação de estar engajado na aventura empresarial.

Por Jim Mathis

Próxima semana tem mais!


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