terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Muito Além dos Pixels

Por ter desfrutado de uma bem-sucedida carreira em fotografia, o que consome a maior parte das horas que passo acordado, frequentemente me descubro com uma visão do trabalho e da vida cotidiana da perspectiva de um fotógrafo, como por exemplo, a fixação por pixels, ou megapixels, padrão de medida da fotografia digital.

Comprei recentemente um novo smartphone, despedindo-me do antigo aparelho que durou quase três anos, o que é considerado tempo de vida bem longo para um telefone celular nos nossos dias. Um dos atrativos de venda para esse novo fone é sua câmera de 14 megapixels. Já existe alguém anunciando uma câmera de 41 megapixels. Isto é impressionante, mas como fotógrafo profissional entendo que é um erro confundir o número de pixels do sensor da câmera com sua qualidade.

Este conceito errôneo me faz recordar a corrida por cavalos de força nos anos 60, quando os fabricantes de automóveis tentavam convencer os consumidores que podiam melhorar carros mal manufaturados, simplesmente entulhando-os com motores maiores e mais potentes. Eles fazem mais barulho e dado a impressão de serem mais poderosos, mas a qualidade de transporte que proporcionavam ainda era inaceitável. 

A fotografia digital se tornou séria ameaça para o filme fotográfico no momento em que câmeras de um megapixel se tornaram disponíveis. Desde então o número de megapixels, que afeta a nitidez e detalhes de uma imagem fotográfica, tem aumentado grandemente. Hoje, mesmo câmeras profissionais de oito megapixels, podem produzir resultados impressionantes quando ampliados para tamanhos maiores. 

Entretanto, outros fatores também afetam a qualidade da fotografia: as lentes usadas e os equipamentos eletrônicos envolvidos influenciam muito mais a qualidade da imagem do que o número de megapixels. Ainda mais significativas são a habilidade e a experiência do fotógrafo. Mesmo com o melhor equipamento, uma pessoa com senso deficiente de composição fotográfica ou julgamento artístico ruim, não vai produzir fotos que capturem nossa atenção. 

Princípio similar se aplica ao mercado de trabalho. Mesmo que obtenhamos a tecnologia mais avançada disponível, se não produzirmos um trabalho com excelência, deixarmos de cumprir os prazos prometidos e tratarmos mal os clientes, nossa empresa terá problemas. Por isso achei os princípios contidos na Bíblia tão significativos. Provérbios 22.29 afirma que trabalho de alta qualidade não passa desapercebido: “Você já observou um homem habilidoso em seu trabalho? Será promovido ao serviço real; não trabalhará para gente obscura”. 

Em outra passagem, Lucas 6.31, Jesus nos lembra que a melhor maneira de tratar aqueles com quem nos relacionamos nos negócios é lhes fazer o que gostaríamos que eles nos fizessem: “Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles”.  Você pode ter os computadores e ferramentas tecnológicas mais recentes, mas se tiver problemas com o serviço ao consumidor, isso tem pouca importância.

Eu digo às pessoas que para se tornarem grandes fotógrafos devem se concentrar em aprender o que faz uma fotografia ser boa e desenvolver suas habilidades, e não se preocupar com quantos megapixels tem sua câmera. Da mesma forma, a qualidade do que produzimos e o serviço que prestamos são mais relevantes para o sucesso de uma empresa do que o fato de podermos alardear que temos a tecnologia mais avançada. 

Por Jim Mathis

Próxima semana tem mais!


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